Uma visita de Cruz e Sousa
João da Cruz e Sousa
Nascimento: 24.11.1861
Falecimento: 19.03.1898
O confrade Izaltino Silveira Filho, digno companheiro nosso em Juiz de Fora, achava-se em prece com o Chico, em Pedro Leopoldo, na noite de 11 de setembro de 1948, quando ele e o Médium registraram a presença de alguns amigos espirituais.
Concentraram-se e, dentre as mensagens recebidas, veio o seguinte soneto de Cruz e Souza pelas mãos do Médium, dedicado ao irmão acima referido:
Segue
Segue gemendo no caminho estreito,
De pé sangrando em chagas dolorosas,
Sustentando alegrias que não gozas,
À renúncia rendendo excelso preito.
Na cruz pesada que te oprime o peito,
Encontrarás estrelas milagrosas,
Sob chuvas de bênçãos e de rosas,
Que dimanam do Amor Santo e Perfeito.
Se o temporal de lágrimas te encharca,
Seja a esperança a luminosa marca
Que te assinale as súplicas sinceras!
Somente a dor na terra estranha e escura
Apaga, na corrente da amargura,
Os erros que trazemos de outras eras…
Espírito Cruz e Souza.
Assinalamos aqui esse soneto, não só por sua beleza, mas também pela exatidão do estilo que caracteriza o grande e inesquecível poeta.
Ramiro Gama.
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